quarta-feira, 30 de junho de 2010

EXPOSIÇÃO E PARTICIPANTES DO 4º. CONCURSO CULTURAL TURMA DO GABI – DESENHO





O Concurso Cultural da Turma do Gabi-Desenho deste ano teve a participação de 80 crianças e jovens entre 9 e 14 anos de várias cidades brasileiras. Os trabalhos estarão expostos entre os dias 6 e 31 de julho no Casarão Cultural Pau Preto, em Indaiatuba/SP. Dentre os trabalhos recebidos serão escolhidos 3 que ganharão um MP3, bem como o kit com revistas e livros da Turma do Gabi, oferecidos pelas editoras EMT e Júpiter II. O evento tem a realização do Estúdio EMT e apoio da Fundação Pró-Memória e Prefeitura Municipal de Indaiatuba. Os nomes dos participantes da exposição, bem como os três premiados estarão no blog da turminha a partir de 8 de julho:

www.turmadogabi.blogspot.com

sábado, 26 de junho de 2010

DESCULPAS

Meus fiéis leitores podem constatar que em crônicas mais recentes venho lembrando da importância da minha conversão ao Cristianismo – ou por outra, minha tentativa diária de conversão ao Cristianismo. Alguns ex-colegas, se agüentarem ler estar linhas, podem até debochar disso, imaginando-me um fanático, rezando ajoelhado por todo meu tempo livre. Mas, na verdade, o desejo de conversão ao Cristianismo é um exercício de humildade e autoconhecimento, feito diariamente. Lendo e relendo algumas lindas passagens do Novo Testamento, sentimos vontade nós mesmos de nos tornarmos uma pessoa melhor, ou menos ruim, do que fomos no passado. Não é um exercício fácil, o de seguir os ensinamentos morais de Jesus. Não é uma tarefa fácil reconhecer as próprias mazelas morais, e lutar constantemente contra elas. Dentre os ensinamentos cristãos, num deles em especial, me vejo ainda muito distante de sua prática: aquele que nos incentiva a perdoar nossos inimigos – mais do que isso, a perdoar e a rezar por eles, pedindo a Deus que lhes toque os corações e os faça pessoas melhores. O exemplo máximo dessa idealização, é o do próprio Cristo que, a caminho do madeiro desolador, humilhado, escarrado, chicoteado, ferido, não demonstrou um momento de ódio sequer. Muito ao contrário, pediu ao Pai que perdoasse seus algozes, pois eram doentes que não sabiam o que estavam fazendo. Este é o exemplo prático, histórico, que nos deixou Jesus, da necessidade da busca do perdão para os inimigos.

Pois bem, como eu lhes disse, ainda estou longe, muito longe de atingir esse ideal cristão. Para meu próprio desgosto, eu mesmo me dei conta disso, de forma atrasada, de que, além de não conseguir perdoar quem me prejudicou no passado, eu lancei sobre estes irmãos fagulhas de ódio e raiva, e pior, ainda lhes apontei o dedo e os julguei como se eu tivesse autoridade moral para isso, pra julgar quem quer que seja, bem como aos erros & defeitos alheios. Tenho-os eu mesmo em irritante abundância, e com eles devo me preocupar, antes de ficar apontando o dedo e fulminando de ódio, este ou aquele irmão de caminhada. Com esta crônica começo a me penitenciar por estes pecados cometidos recentemente. E me refiro, mais especificamente, as coisas que venho escrevendo a respeito dos ex-editores e colaboradores das revistas udi-grudi, Chiclete com Banana e etc.

Reconheço que as crônicas que escrevi a respeito das obras destas pessoas, acabaram sendo desagradáveis até mesmo para aqueles que gostam de mim. Eis-me aqui agora, de forma muito menos arrogante, pedindo desculpas a todos. Muito indevidamente, de forma nada cristã, eu transformei as palavras escritas naquelas crônicas em pequenos atos de vingança, coisa evidentemente mesquinha, atitude da qual eu mesmo assumo toda vergonha, toda culpa, toda burrice de ter não só escrito daquela forma agressiva, e indevida, mas também por ter tornado públicos tais escritos. Estava jogando sobre os ombros de vocês, editores udi-grúdi, o resultado de minha própria imprevidência. Ainda que vocês tenham me incentivado a levar uma vida plena de vícios, vícios morais principalmente, a grande culpa de minha derrocada ter acontecido é de uma pessoa somente: eu mesmo. Reconheço que nenhum de vocês, editores e artistas udi-grúdi, tenha colocado um revólver na minha cabeça, para que eu fizesse todas as burradas pessoais e profissionais que cometi em minha vida. É evidente que fui eu mesmo meu próprio algoz quando, no passado, ao invés de já ter começado a percorrer os caminhos do Cristo, eu escolhi tudo aquilo que nos afasta da verdadeira felicidade: as coisas mundanas, os prazeres fugazes, o hedonismo, a perversão, os vícios. Fui eu quem trilhei estes caminhos seguindo meu deturpado livre-arbítrio – deturpado por mim mesmo, de escolhas turvas feitas no passado. E, como vocês perceberam recentemente, passado do qual ainda não consegui me livrar totalmente. E estas mágoas, que eu mesmo provoquei, acabei transformando naqueles textos inadequados, e agressivos, que escrevi a respeito da obra dos editores udi-grúdi.

Algo totalmente desnecessário que fiz, escrever e publicar aqueles textos – pelo menos da forma como o fiz. Agora já está feito, só me resta pedir desculpas por tê-los publicado. Pedir desculpas principalmente ao Divino Pai Eterno, pois faltei com o respeito a meus irmãos, atacando e julgando alguns, entristecendo a outros. Eu os julguei por ter sido mal influenciado por vocês, editores udi-grúdi, quando vocês mesmos tiveram seus carrascos morais, fãs que eram de Crumb, Jodoróvisk, Crepax, e sem nos esquecermos da nefasta cultura do roc’n’roll, da qual todos somos vítimas. Enfim, vocês também já haviam sido incentivados a seguir os péssimos caminhos do materialismo ateu e hedonista, fascinados que ficaram com aqueles notáveis artistas. Se realmente houvesse algum outro culpado pelos meus próprios males, que não fosse eu mesmo, seriam aqueles primeiros senhores, e não vocês.

Portanto, eis aqui meu pedido de desculpas para os leitores que se assustaram, ou se indignaram com aqueles textos que escrevi a respeito das revistas udi-grúdi. Vocês têm mesmo razão em ficar assustados, indignados, desapontados, enraivecidos. Finalmente reconheço, agora, que o maior culpado pela minha decadência moral fui eu mesmo, e não aqueles autores que me influenciaram no passado. Por isso os acusei de forma indevida. E, eu que sequer os conheço pessoalmente, quem garante que já não estejam arrependidos do que fizeram no passado? Dos tremendos sofrimentos que a vida já lhes impôs? Ninguém tem o direito de sofrer os ataques que desferi naqueles artigos.

Portanto, vou parar, definitivamente, de falar sobre este assunto. Faço mais uma vez meu pedido de desculpas pela forma como escrevi aqueles artigos, condenando e julgando meu semelhante, com ódio no coração. Não quero mais sentir sensações como estas, e doravante me esforçarei para seguir com mais afinco e disciplina os caminhos de Jesus, e deixar o passado cada vez mais esquecido. Os colegas que promovem eventos, premiações, debates, etc., por favor peço que não me convidem para uma mesma ocasião em que estiverem os artistas udi-grúdi (mesmo porque, ainda que for convidado, não irei). Não se trata do famoso “perdôo mas não esqueço!”, que na verdade ainda é falta de perdão; mas é que, depois de tudo que foi feito, tudo que foi falado e escrito, melhor dar tempo ao tempo... muito antes dessas crônicas, eu já era um facínora das letras, que vez por outra atacava algum irmão de jornada, gratuitamente, só porque discordava de alguma opinião. Uma das minhas vítimas no passado, hoje se tornou um amigo formidável. Que me perdoou – coisa que ainda eu não consegui fazer plenamente, a respeito dos artistas udi-grúdi. Mas como se viu, diante deste outro exemplo, quem sabe no futuro?

Prometo que só estarei falando de coisas agradáveis, daqui pra frente. (JS)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

NOVAS EDIÇÕES INFANTIS CRIADAS PELO EMT-ESTÚDIO MOACIR TORRES

O cartunista e escritor Moacir Torres (Turma do Gabi) anuncia que as novas edições das revistas de atividades produzidas para a Editora Minuano estarão nas bancas e livrarias de todo o país a partir de julho. As publicações são Belzinha, Clubinho da Criança e Bichinhos da Fazenda. Essas edições estão recheadas de passatempos e desenhos legais para colorir. Em breve nas bancas! Maiores informações e Quadrinhos da Turma do Gabi em www.turmadogabi.blogspot.com

segunda-feira, 14 de junho de 2010

lançamento: BENJAMIN PEPPE n.2

Saiu mais um lançamento com o selo Júpiter II, trazendo de volta um dos personagens mais queridos da garotada que lê nossos gibis: Benjamin Peppe de Paulo Miguel dos Anjos. Mais 24 páginas de muita diversão sadia, desse personagem fissurado em esportes. Confiram a capa logo abaixo, desenhada por Anjos e colorizada por Dennis Oliveira. O gibi ainda conta com a participação muito especial de Laerçon J. Santos.

terça-feira, 1 de junho de 2010

TURMA DO XAXADO EM CIRCULAÇÃO NACIONAL!


Que alegria, um gibi com a Turma do Xaxado, de Antônio Cedraz, em circulação nacional! Xaxado E Sua Turma, em formatinho com 32 páginas coloridas, já teve duas edições lançadas pela HQM Editora, e tudo indica que vai passar de duas mil! O trabalho de Cedraz e seus parceiros, já muito conhecido no meio da HQB, expande luz, alegria, bom-humor, boa cultura, tudo feito com muita ponderação, sem jamais ser alienado, sectário e/ou intolerante. Sou até suspeito para falar, pois sou admirador incansável da Turma do Xaxado, de seu autor, e de todos os artistas que trabalham com esses personagens (incluindo aí Sidney Falcão, que eu conheço desde os tempos do fanzine dos Miudins). E esse gibi chega mesmo em boa hora, num momento em que, ainda que timidamente, as revistinhas em Quadrinhos infanto-juvenis vêm sendo mais lidas do que vinham sendo num passado recente. E não tenham dúvidas de que Xaxado E Sua Turma vão emplacar essa, passando das duas mil edições! E quem quiser conhecer outras edições com a Turma do Xaxado, como por exemplo o álbum comemorativo com 1000 Tiras publicadas, acesse www.xaxado.com.br

APACHE, DE TONY FERNANDES, NAS BANCAS!

Tony Fernandes é exatamente uma pessoa a quem podemos chamar de valoroso, persistente, incansável produtor de HQs (roteirista, ilustrador, editor). Na virada das décadas 80/90 do século XX, tornou alguns de seus personagens conhecidos & admirados pelos fãs da HQ Brasileira, como Fantasticman e Guerreiro Ninja. Agora Fernandes retorna com nova personagem, em gibi lançado por todo o território nacional: Apache, já com dois números lançados pela Editora das Américas (formatinhos de 42 páginas em tons de cinza). Na melhor tradição das mocinhas do faroeste, Apache é uma jovem e sensual justiceira de chapéu, winchester e colt. No Brasil a melhor lembrança que temos neste estilo é a Katty Apache de Cláudio Seto, só que esta era loira e de poncho gaúcho, enquanto Apache é uma mestiça de mãe índia e pai branco, que ainda criança vê sua aldeia ser massacrada por tropas do exército dos EUA, e agora, disfarçada como freira numa em missão religiosa, parte em vingança dos responsáveis pela morte de seus pais. O que me espantou positivamente, de cara, foi perceber o quanto evoluiu o traço de Fernandes. Tudo feito com muito talento e capricho. A história também é interessante, o erotismo é usado de forma bem discreta (ainda bem!) e o autor vem desenvolvendo roteiro e personagens com muita competência. A única coisa irritante são os textos anti-americanos, geralmente publicados no início e final da HQ. Coisa mais apropriada para diretório acadêmico de faculdade do que para gibi de faroeste. Acho muito improvável que isso vá agradar aos leitores fãs de faroeste, e menos ainda, que vá formar novos leitores do estilo. Os fãs de faroeste em sua maioria sentem mais admiração do que aversão aos EUA. Querem mais é ver aventura de faroeste, como nos filmes, como no Tex, não sei se estão a fim de questionamentos históricos enquanto estão lendo gibis. Reparem só o que vem escrito num texto do número 2: Os livros de História da América (...) jamais registraram massacres efetuados pelo exército, como os de Sand Creek. Equívoco. Nos EUA há uma vasta bibliografia historiográfica a respeito desses assuntos, uma rápida pesquisa no Google vai mostrar. Aqui mesmo no Brasil há livros que registram esses massacres, como Enterrem Meu Coração Na Curva Do Rio e Pés Nus Sobre A Terra Sagrada – a propósito, creio que esses dois são os únicos livros sobre o faroeste traduzidos no Brasil, além daquele livro de Pat Garret sobre seu adorado Billy The Kid, mas este não trata a respeito de índios. O que falta no Brasil são livros que, como outros tantos publicados nos EUA, relatem esse período histórico de modo mais abrangente, relembrando eventos anteriores aos massacres do Exército dos EUA contra os índios, como os genocídios promovidos pelos Apaches contra outras vertentes indígenas – o que desmente de uma vez por todas a falácia de que “os nativos da América viviam em paz uns com os outros antes da chegada do homem branco” – ou os ataques dos índios aos primeiros (e desarmados) colonos. Também outros tantos livros publicados nos EUA comentam sobre as ferozes e destrutivas batalhas entre os nativos da América do Norte e seus primeiros inimigos invasores: os mexicanos. De qualquer forma, o mais importante por aqui é ressaltar a excelente qualidade da HQ, e incentivar para que comprem as edições de Apache, de um autor muitíssimo talentoso. E que nos dá uma notícia irresistível no final do número 2: vem aí uma edição colorida do Fantasticman! Nós fãs de HQB agradecemos, e esperamos ansiosamente.