terça-feira, 28 de janeiro de 2014

CELTON E SUA EDIÇÃO DE INDIGNAÇÃO

Os fiéis seguidores deste blog sabem de minha admiração pela obra do mineiro Lacarmélio Alfêo de Araújo, também conhecido como Celton, nome de seu mais famoso personagem de História-em-Quadrinho. Quem digitar ‘Celton’ no campo de busca deste blog, vai se deparar com importantes postagens a respeito desse formidável escritor, desenhista e comerciante de Histórias-em-Quadrinhos, que ganhou notoriedade na capital mineira vendendo gibis nos engarrafamentos de Belo Horizonte, gibis produzidos integralmente por ele mesmo – e sua notoriedade expandiu-se muito mais depois de ter participado de alguns mui populares programas de televisão. Recebo os gibis do Celton sempre pelas mãos generosas de meu amigo Paulo Joubert Alves, morador da cidade de Santa Luzia na grande BH, que sempre me envia pelos correios os preciosos exemplares que só podem ser adquiridos diretamente com o autor.
                Além das aventuras do Celton, um mecânico boa praça dotado de superforça, Lacarmélio produziu revistas com temas históricos (sobre a Estrada Real, sobre a Inconfidência Mineira, sobre a História de Belo Horizonte), uma com temática religiosa (sobre o Natal e o nascimento de Jesus), uma fábula pregando a paz nos estádios de futebol (em cores!), uma revista dedicada ao mensalão (onde lamentavelmente livra a cara do chefe, o ex-presidente Lula, tratado como herói naquele gibi – bem, mas se o próprio Supremo Tribunal Federal livrou a cara do facínora...), além de outras peripécias. E agora, no trigésimo número de Celton (sempre o nome da revista, seja qual for o tema, nome pelo qual o próprio autor hoje é mais conhecido), Lacarmélio continua surpreendendo: nesta chamada Edição de Indignação, ele relata, sob narrativa textual ilustrada, um episódio constrangedor do qual foi vítima da neurose e arrogância de um policial despreparado que sem qualquer motivo o manteve sentado na traseira de um camburão, diante da via pública, sendo alvo de curiosidade geral de motoristas e transeuntes. Lacarmélio vendia seus gibis numa avenida engarrafada como faz diariamente há mais de 30 anos, quando um policial descontrolado ‘estressou’ com ele sem qualquer motivo, fazendo-o passar por vexame público. E o melhor de tudo é que o autor não se deixou levar pela mágoa pura e simples: durante todo o relato, procura deixar bem claro a importância da existência e da atuação da polícia, de sua História. Relembra aos leitores as dificuldades e os perigos sem tamanho por que passam os oficiais da lei, e faz questão de relatar outros episódios em que se deparou com policiais atenciosos e gente fina. Mas igualmente faz questão de ressaltar sua indignação e contrariedade diante do episódio do qual foi vítima, do comportamento absolutamente inadequado daquele policial que o constrangeu. E que lhe causou inclusive prejuízos financeiros, visto que a boataria que correu após o episódio chegou a convencer as pessoas de que ele era mesmo um assaltante de drogaria!, e com isso caíram as vendas dos gibis naquela avenida. Muito justamente Lacarmélio recorreu a Corregedoria de Polícia, órgão que mereceu dele as melhores considerações.
                Só num ponto discordo do bom Lacarmélio: no trecho em que ele fala a respeito da ‘ditadura militar’, considerada por ele como um momento de ‘horror’. Ele mesmo sugere que as pessoas mais jovens, que não conheceram aqueles anos, que pesquisem a respeito nos livros e no youtube. Bem, meu caro Celton, permita-me que eu também lhe sugira alguns livros, aos quais você certamente não leu, dado o lamentável conteúdo do parágrafo a que você se refere, do período: comece com o indispensável livro de Hélio Silva, ‘1964 – Golpe Ou Contragolpe?’, lá você vai constatar que o presidente legitimamente eleito João Goulart praticou e foi cúmplice de crimes muito pouco legítimos. O livro de memórias do General Olympio Mourão Filho (organizado por Hélio Silva), memórias escritas na virada das décadas de 60/70 do século passado, serve perfeitamente como apêndice daquele, e, pasme, até mesmo profetiza o governo do pt, do Lula, aquele que você defendeu no gibi sobre o mensalão. Confira as palavras do nobre general:

Em futuro, embora ainda distante, cessada a vigilância militar, o que é infalível acontecer, um cripto-comunista pior do que João Goulart, que não é comunista, subirá ao poder e, senhor quase absoluto do poder, levará a nação para os caminhos que desejar.

E tais caminhos, o General Mourão também os previu:

A continuar, um dia o gangsterismo e a máfia (...) virão massacrar as cidades brasileiras, tanto mais perigosas quanto maiores e mais populosas. Teremos então a violência e a corrupção articuladas contra um povo ignorante, manso e inerme. E o Brasil que tem uma vocação marcante para um verdadeiro paraíso continental, será transformado em um inferno de escravidão, medo e crimes. Políticos, gangsters e militares ambiciosos se darão as mãos, somarão forças a fim de partilharem a grande presa. E uma grande noite descerá sobre a nação por muitos anos (...)

                Também o jornalista David Nasser reuniu suas crônicas sobre o período pós e pré 1964 num livro chamado ‘A Revolução Que Se Perdeu A Si Mesma’, apontando diversos crimes do presidente legitimamente eleito, seus aliados e sua corriola (e também não deixa de mencionar as primeiras burradas do governo pós-revolucionário). Se você puder dar uma lida no livro do general Sylvio Frota, ex-ministro dos governos Médici e Geisel, chamado ‘Ideais Traídos’, vai ficar sabendo detalhadamente a respeito do armamento cedido pelo governo cubano de Fidel Castro aos grupelhos terroristas-marxistas no Brasil – arsenal capaz de explodir uma cidade do tamanho de São Paulo, o que teriam conseguido não fosse a atuação firme das forças legalistas de repressão!
                E que bom que você não exaltou o ex-guerrilheiro do Araguaia e atual presidiário José Genoíno naquele gibi sobre o mensalão, da mesma forma que exaltou o Lula - e veria que teria ainda menos razões para o exaltar se tivesse lido os dois livros do general Aluíso Madruga de Moura e Souza sobre os eventos no Araguaia na década de 70: ‘Desfazendo Mitos Da Luta Armada’ e ‘Guerrilha do Araguaia – Revanchismo’, livros que nos dão uma boa noção de onde vinha o verdadeiro horror!
                Um dos mais odiados e perseguidos agentes da repressão aos terroristas comunistas hoje em dia é o coronel reformado sr. Carlos Alberto Brilhante Ulstra. Acusado veementemente de torturador por essas comissões de inverdades, ele se defendeu lançando um livro chamado ‘A Verdade Sufocada – A História que a esquerda não quer que o Brasil conheça’. Livro lançado em 2002 e somente agora, mais de uma década depois, começa a ser vendido em algumas pouquíssimas livrarias, ao contrário da trilogia de Élio Gáspari, por exemplo, que pode ser encontrada facilmente em todo lugar. Durante dez anos, o sr. Ulstra e a esposa divulgaram e venderam o livro de forma independente, no melhor estilo dos fanzineiros! E, convocado por essa pestilenta comissão da verdade, o sr. Ulstra lá compareceu e encarou os detratores de peito aberto, saindo de lá maior do que era quando entrou! Nessa ocasião o sr. foi brilhante, sr. Ulstra! E para não me alongar muito nas indicações, meu caro Celton, termino com o recente lançamento do projeto ‘Orvil – Tentativas de Tomada de Poder’, do tenente coronel Lício Maciel e do tenente José Conegundes do Nascimento, 922 páginas detalhando pormenorizadamente todo o horror espalhado pelos grupelhos marxistas-terroristas no Brasil nos anos 60 e 70! Este está disponível na internet.
                Não basta haver eleições para presidente e governador para um país ser uma democracia, Lacarmélio! Está aí o livro do dr. Romeu Tuma Júnior, ‘Assassinato de Reputações’, o livro mais boicotado da História editorial do país, por revelar as entranhas do estado policial montado pelo pt e por Lula (aquele mesmo que você exaltou no gibi do mensalão), mostrando que a época atual faz os governos militares parecerem conto da carochinha! A propósito, se tiver a oportunidade de ler o livro a respeito do mensalão escrito pelo jornalista Ivo Patarra, chamado ‘O Chefe’ (disponível na internet), creio que você vai querer refazer aquele gibi sobre o mensalão exaltando o Lula!

                Me desculpem os leitores, me desculpe Lacarmélio (se é que vai chegar a ler isso aqui) se desviei do assunto, é que esse tema realmente me tira do sério. Eu falava do mais recente gibi do Celton, vindo de um autor que merece meu mais profundo respeito, ainda que desconheça a História dos governos militares. E essa ‘Edição de Indignação’ em que Celton relata o infeliz episódio que lhe sucedeu diante da arbitrariedade de um policial, possui tantos outros atrativos, pois no relato o autor se permite algumas preciosas divagações, relembrando suas relações familiares – as conversas com mãe nonagenária, a tristeza pela morte de um irmão mais velho, a dificuldade para se educar um filho – e ainda sobre sua carreira. A respeito desta, duas passagens especificamente me chamaram a atenção: quando Lacarmélio relembra que, em mais de 30 anos de estrada, nenhuma editora de grande porte se interessou por seu trabalho – e, lamento dizer, nem vai se interessar, nem pelo seu trabalho, nem pelo meu. A ‘elite’ dos Quadrinhos no Brasil só vive de bajular a Marvel/DC, Angeli e sua patotinha, o resto é mangá. E noutra passagem, ele fala das tremendas dificuldades de se produzir uma edição independente, e cita as críticas que recebe na internet de gente menosprezando a qualidade artística de seu traço. Bem, críticas semelhantes acontecem com o trabalho deste que vos escreve, gente que nunca editou um fanzine na vida e deita má falação nos gibis e nos autores da Júpiter II, falando mal inclusive de autores já falecidos. Pessoas que não têm a menor noção, nem a menor idéia de como se dá o processo de produção de edições independentes e posam cheio de pedantismo como críticos arrogantes e implacáveis! Você tem toda razão em não responder a essas pessoas, Celton, e venho agindo dessa mesma maneira. Nossa resposta a esses chatos é continuar lançando gibis. Cada gibi que lançamos é uma vitória contra eles, motivo de alegria para nós e recrudescimento de rancor e amargura para os nossos críticos. (JS)

SINAIS

    No Evangelho de Mateus, por duas vezes, os fariseus e escribas pedem a Jesus que lhes mostre algum sinal de que seja Ele o enviado de Deus. Jesus apenas diz que fazem parte de uma geração má e adúltera, e que não fará sinal nenhum, exceto aquele já feito pelo profeta Jonas (uma alusão aos três dias que separariam sua morte da ressurreição). O evangelista Lucas, ‘médico de homens e de almas’, também alude a essa passagem.
                Pois bem, na semana passada, dois episódios que vi pela tv me deram a firme impressão de que estava diante de sinais de Deus para nós. Encontrei-os também no youtube, permitam-me pois compartilhar essas fortes emoções com vocês fiéis leitores desse blog.
                O primeiro evento se deu no triste cenário da guerra civil na Síria. Uma criança de colo, soterrada por escombros, foi resgatada com vida. Confiram a dramática sequência no youtube:


                Reparem que o vídeo já começa mostrando aquelas pessoas procurando resgatar a criança, ou seja, já sabiam que havia uma criança soterrada lá. E, na filmagem, a cabeça da criança é descoberta por volta do segundo minuto do filme. Isso quer dizer que ela ficou muito mais tempo do que isso soterrada – tempo suficiente para sufocar não só uma criança, mas um adulto robusto. Não sei quanto a vocês, amigos e amigas, mas eu, mesmo um cara durão como eu, chorei compulsivamente vendo essas imagens. Fiquei pensando naquelas pessoas que, mesmo atabalhoadamente (e isso é perfeitamente compreensível, naquela situação desesperadora), salvando aquela criança. E tudo indica que aquelas pessoas não são do Exército do tirano Basser Al Assad, tampouco são os vagabundos sanguinários da Al Qaeda. Mas gente do povo, trabalhadores sírios que, assim como aqueles de qualquer parte do mundo, lutam dia-a-dia pela sobrevivência, luta evidentemente muito mais sofrida quando se vive num país assolado pela guerra civil. E a criança ressurgindo dos escombros, cheia de vida, provocando imensa alegria nas pessoas ao redor.
                O outro evento que me deixou bastante emocionado aconteceu aqui mesmo no Brasil, na cidade goiana de Anápolis. Um dramático atropelamento, avó e neto de quatro anos de idade sendo brutalmente atingidos por automóvel desgovernado, tudo flagrado por câmeras de segurança. Confiram as imagens chocantes:


                Reparem que o carro desgovernado passa por cima das pernas da avó mas principalmente pelo corpinho da criança – e por duas vezes, a segunda, em cima do pescoço! E vejam que o menino levanta-se imediatamente, como se nada tivesse acontecido! Não consta na imagem do youtube, mas vi num canal de televisão a avó e o netinho sendo entrevistados um dia após o acidente, o menino somente com alguns arranhões no rosto e nos braços! Nem uma única, mísera costela fraturada.

                Fico imaginando a dificuldade dos céticos e dos idólatras da ciência diante de imagens como esta. “Tiveram sorte”, talvez fosse tudo que pudessem dizer. Mas, para nós, cristãos de todos os matizes, as evidências parecem bem claras: trata-se, em ambos os casos, de proteção divina, da ação dos anjos de Deus! Uma criança que era para se tornar mais uma vítima da guerra fratricida, sufocada sobre toneladas de escombros, emerge cheia de vida; e um garotinho que deveria ter as costelas e o pescoço estraçalhados pelo peso de um automóvel, levanta-se ereto, quase entusiasmado. E o fato desses dois episódios terem sido filmados e assim mostrados para um imenso número de pessoas, parece a mim dois inequívocos sinais de Deus – e que sirva também para os ateus, para os céticos, para os idólatras: sinais de que, a despeito dos tiranos, dos senhores da guerra, dos motoristas irresponsáveis, é a vida que sempre triunfa! Quem tiver olhos de ver, que veja! (JS)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

CHICO SPENCER n. 6 APRESENTA MUDANÇA DE DESENHISTA

A grande surpresa do sexto número do detetive gorducho (ou gorduchão) Chico Spencer (21 cm x 15 cm, capa couchê colorida - ilustrada e colorida por José Menezes - com 28 páginas em preto & branco) é a mudança do desenhista (os roteiros seguem sob a batuta deste egocêntrico que vos fala). Emmanuel Thomaz deixou a série – e não me olhem com essa cara, pessoal! Foi uma decisão unilateral do desenhista, ok? – e só mesmo algum outro ilustrador muito experiente e talentoso para assumir essa difícil missão: continuar com um personagem cujos leitores já haviam se acostumado sob o traço peculiar do grande artista paraense (que ultimamente vinha assinando ‘Elthz’). Por isso convidei mestre José Menezes para essa difícil empreitada, a qual topou e encarou com a responsabilidade e o profissionalismo que perpassaram sua longeva e prolífica carreira nos Quadrinhos. Na HQ desta edição, Spencer sai na captura de um assassino psicopata misógino – e nessa busca, conta sempre com a indispensável ajuda de seu parceiro de outro mundo (anjo-da-guarda?), aquele mesmo cantor e ator do passado que encantou (e ainda encanta) multidões. Ops, quase ia me esquecendo, Elthz ainda participa desta edição, com duas lindas ilustrações coloridas nas capas internas. (JS)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

UM BAT-EMBUSTE EM DVD

Para nós que nascemos na década de 60 do século passado, e crescemos assistindo as séries televisivas daquela época – e principalmente as reprises dessas séries, na década seguinte – e que hoje, quarentões e cinquentões, procuramos colecionar aqueles episódios que encantaram nossa infância e juventude, a busca não é muito fácil. Era mais difícil ainda na época do vídeo-cassete, do VHS. Com o advento e popularização do DVD, a aquisição das antigas séries de tv tornou-se mais acessível – especialmente se você tiver nascido na América do Norte e, em certa medida, também na Europa. Nos EUA, homeland daqueles seriados memoráveis, quase tudo já foi resgatado, digitalizado, restaurado e posto a disposição dos consumidores em magníficos boxes de dvds contendo coleções inteiras de seriados antigos. Aqui no Brasil esse específico mercado de DVD é ainda ruim. Essa tralhas produzidas atualmente e que infestam a programação das tvs a cabo se encontram aos montes, mas a respeito dos seriados antigos a coisa é bem diferente. Se tal mercado de séries antigas em dvd no Brasil é melhor do que na maioria dos países nossos vizinhos, é entretanto pior do que o mercado argentino, e inferior também ao de outros países de outros continentes, como Austrália, México e Japão. De qualquer forma, tivemos alguns ‘suspiros’ de excelência com alguns pouquíssimos lançamentos específicos, nas décadas passadas. Seriados como Jornada Nas Estrelas/Star Trek e Perdidos No Espaço/Lost In Space, grande sucesso entre os brasileiros, tiveram todos os episódios lançados entre nós, em irresistíveis boxes de DVD. Outros sucessos como Jeannie É Um Gênio/I Dream Of Jeannie e A Feiticeira/Bewitched também foram lançados integralmente em terra brasilis. Entretanto, vários outros seriados que no passado fizeram muito sucesso aqui no Brasil, ainda não tiveram lançamento oficial. Li um artigo da expert no assunto, a mui competente jornalista Fernanda Furquim (ex-fanzineira do Tv Land, ex-editora da revista Tv Séries, e hoje titular do assunto no blog e na revista Veja), dizendo que os três boxes de DVDs com as temporadas completas de Perdidos No Espaço, foram grande sucesso de vendas. E a pergunta que ficou, na boca de todos os fãs: por que então não se lançar as outras séries do produtor Irving Allen, a saber, Viagem Ao Fundo Do Mar, Túnel Do Tempo e Terra De Gigantes? Segundo a própria Furquim, entrevistando os empresários, o problema seriam os direitos autorais. Parece que, a despeito de terem sido produzidas pelo mesmo estúdio (Fox), existem alguns entraves que impedem o lançamento dessas séries em dvds, oficialmente, no Brasil. Desta forma, passada uma década do bem sucedido lançamento dos boxes de Perdidos No Espaço no Brasil, os fãs das outras séries de Irving Allen continuam chupando o dedo. Ou então, e por isso mesmo, recorrendo aos ‘piratas’. Inicialmente, através de alguns amigos ou comerciantes que gravaram seus imensos acervos de VHS para DVD. Nos últimos anos, uma certa ‘pirataria’ mais refinada pode ser vista – e comercializada – livremente nas bancas de várias cidades brasileiras: uma empresa denominada ‘MA Filmes’ vem lançando nas bancas dvds com episódios das diversas séries de Irving Allen. Não se pode ler qualquer endereço ou e-mail para contato nas embalagens, o que nos deixa muitas dúvidas: será que a ‘MA Filmes’ está lançando esses filmes mediante autorização dos produtores originais? Será que está pagando devidamente aos detentores dos direitos autorais? Se não, como conseguem os lançar assim nas bancas, descaradamente? A Fox nunca reclamou? E os dvds são lançados com capricho: capas bem produzidas, e a qualidade de imagem dos filmes muito boa, ou ótima – os episódios dublados (que é uma exigência dos colecionadores nostálgicos) mas sem opção para o som original. Já existem até boxes com esses dvds da ‘MA’, igualmente caprichados. Além das séries de Irving Allen, muitas outras podem ser encontradas nas bancas brasileiras, por conta dos, vamos dizer assim, ‘piratas autorizados’ – incluindo o Zorro dos estúdios Disney, com Guy Williams, mas somente a versão colorizada da década de 90 do século passado. Nos EUA toda a série original em preto e branco já foi lançada em DVD, uma série de imenso sucesso no Brasil que inexplicavelmente ainda não foi lançada entre nós. No passado também os seriados de faroeste eram muito populares, mas, como esse estilo é hoje considerado ‘politicamente incorreto’, alguns pouquíssimos títulos nos chegaram pelas mãos dos dvds ‘não-oficiais’, tais como alguns poucos episódios de Bonanza, O Homem Do Rifle, Chaparral e Laredo.
                O seriado televisivo do Batman dos anos 60, com Adam West e Burt Ward, é um caso peculiar. Produzido originalmente pela Fox, na década de 80 o personagem teve os direitos adquiridos pela Warner. Conclusão: até hoje, uma disputa dos diabos impede que os episódios do antológico seriado sejam lançados em dvd oficialmente – até mesmo nos EUA. Se está assim para eles, imagine para nós. Lembro-me de que, alguns anos atrás, meu cunhado conseguiu dvds com todos os episódios da série, na famigerada Galeria Pajé, na rua 25 de Março da capital paulista. E recentemente, em mais uma de minhas visitas à paulicéia, eis que encontro numa das lojas do centro da cidade um chamativo box anunciando seis dvds com episódios do antigo seriado do Batman. Conferi o preço: R$ 80 – o mesmo preço do box com episódios do Rin Tin Tin, mas aquela versão colorizada, outro feito da ‘MA Filmes’. E lá estava, na parte de trás do box do Batman, a marca da ‘MA Filmes’, sem qualquer endereço ou email de contato. E lá estava eu na rodoviária paulistana, esperando o horário do ônibus que me levaria de volta à terrinha querida, e vejo numa das lojas o mesmo box de dvd do Batman que eu havia visto no centro da cidade. O preço, os mesmos R$ 80. Com a boa impressão de qualidade que me passaram os dvds das séries de Irving Allen lançados pela ‘MA’, não resisti e desembolsei a quantia devida para aquisição daquele vistoso box, com 6 dvs contendo um total de 30 episódios. Bem, caí do cavalo...
                Algo irritante perpassa por TODOS os episódios contidos nessa meia dúzia de dvds: dois enormes ícones do Homem-Morcego tomam os cantos superiores do vídeo, esquerdo (o ícone visto na apresentação dos episódios) e direito (o ícone visto no uniforme do Batman, vestido pelo ator Adam West), estorvando irritantemente a apreciação! No segundo episódio (‘Destruído Com Um Soco/Smack In The Middle), um desencanto ainda maior: simplesmente suprem-se alguns minutos do episódio, e não são minutos quaisquer: nesse episódio específico, o Charada e seu bando raptam o Robin e, disfarçando sua comparsa (isso mesmo, uma garota) como o menino-prodígio, ela é levada até a Bat Caverna, visando matar o Batman. Mas não dá certo, e a moça acaba morrendo, caindo acidentalmente dentro do famoso ‘reator nuclear que abastece o Batmóvel’. A única vítima fatal em todo o seriado do Batman, e essa memorável sequencia está excluída desse dvd, no episódio mutilado!
                Outra coisa insuportável: fã de seriado que se preze, faz questão de que os episódios de seus filmes favoritos constem, indefectivelmente, a abertura e os letreiros de encerramento, com suas respectivas músicas. Pois bem, a respeito dos letreiros finais, quase todos os episódios mostram o mesmo encerramento! Repete-se incansavelmente os letreiros do episódio ‘Uma Charada Por Dia Aposente Um Charadista/A Riddle In A Day Keeps The Riddler Away, em quase todos os outros episódios! Também os créditos finais do espisódio ‘O Coringa Vai À Escola’/The Joker Goes To School é reapresentado indevidamente em vários outros episódios! Uma lástima! Mas não pensem que é tudo! Não! A qualidade da imagem dos episódios é sofrível, com o brilho e o contraste desregulados!

                Bem, eu caí nessa, e deixo essa postagem de alerta para os fiéis seguidores deste blog. E fiquem ainda mais atentos, pois esses dvds vêm sendo lançados nas bancas avulsamente, com suas capas muito atraentes e sugestivas. De minha parte, fico com os poucos episódios do Batman que consegui anteriormente com outros ‘pirateiros’, incluindo os antológicos episódios em que Batman e Robin se encontram com o Besouro Verde e Kato – pra quem não sabe, este último foi interpretado por ninguém menos do que Bruce Lee – que não consta do box da ‘MA Filmes’. Devo guardar a caixa do box, e as capas dos DVDs, que pretendo usar quando eu conseguir discos contendo episódios com melhor qualidade. Já os discos da ‘MA’ contendo os filmes com aquela péssima qualidade, fico até com vergonha de presentear algum amigo. O destino final deve ser mesmo a lata de lixo. Santo embuste, Batman! (JS)

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

OS MAGIMELÓDICOS, NOVO LANÇAMENTO DO PROJETO CHROMA

Na capa não deu pra ler muito bem, mas o novo lançamento da cooperativa de Histórias-em-Quadrinhos Chroma chama-se Os Magimelódicos (formato 21 cm x 15 cm, 68 páginas em tons de cinza no papel couchê, capa colorida também no couchê), criação do jovem Osmar Menezes. São eles artistas do circo que leva esse nome, com a palhaça Clara e seus assistentes, o anão Shiao e a mica Maraca; Tex-Mex, o homem mais corajoso do mundo, um equilibrista com habilidades extraordinárias; a ventríloqua Lalá e sua boneca Mimi; o hipnotizador Tony Braid Erickson (ele que é também o Ringmaster, mestre de cerimônias e apresentador das atrações do circo); Marimbo, o dançarino, que se apresenta juntamente com a grande atração do circo e personagem principal da série: a incrível ilusionista Isabelle O’Violin. Os magimelódicos vivem o dia-a-dia dentro da normalidade, entre brincadeiros e algumas briguinhas, até que Isabelle é acometida de um transe mediúnico, e posteriormente de alguns sonhos, onde percebe a presença de sua mãe – que ela sequer chegou a conhecer. A partir daí, procura saber sobre o paradeiro dela, e as informações que lhe passa o Ringmaster não a convencem – disse ele, com sinceridade, que a mãe de Isabelle era uma criminosa sem escrúpulos que a havia abandonado por dinheiro. Saga prevista para três volumes, esta primeira edição termina com Isabelle deixando o circo em busca de pistas sobre o paradeiro de sua mãe desaparecida – e, desta forma, deixando inconsoláveis seus colegas de circo. As principais influências do autor são os vídeo games e os mangás – eu, que geralmente corro para meu abrigo anti-nuclear sempre que me deparo com essas coisas, desta vez vou dar o braço a torcer, não só pelos desenhos muito bonitos, mas principalmente pela ótima narrativa, plena de sensibilidade e muito bom humor. Mais uma surpresa agradabilíssima proporcionada pelo Projeto Chroma, do parceiro Thiago Silva. Mais informações acessando www.projetochroma.net.br ou www.magimelodicos.blogspot.com (JS)

SAIU O 10.o NÚMERO DO FANZINE DO ÁTOMO PELO NOVO SISTEMA

Cooperativa de Histórias-em-Quadrinhos Novo Sistema lançando o décimo número do fanzine do Átomo (1/2 A4, 16 páginas p&b), apresentando a HQ ‘Utopia’, escrita e ilustrada por Riccelle Sullivan Suád, o criador do personagem. E ninguém melhor do que ele para explicar para os leitores:
Teryaki Riot, o Átomo, é um alienígena que caiu na Terra após ter sobrevivido a explosão de uma estrela. Vindo de uma sociedade altamente evoluída, aqui ele encontra sérios problemas de adaptação, principalmente quando seus poderes começam a sair do controle devido a uma infecção generalizada que ataca todo o seu sistema imunológico, ameaçando sua vida e a segurança de todo o planeta. Mas, graças a intervenção do mago conhecido como Senhor Infinito, a ameaça é contida e a saúde do herói é restabelecida. Agora, resta saber o quanto a presença deste herói alienígena poderá nos afetar...

                Enquanto se desenvolvem as aventuras do Átomo, Suád promete que a edição comemorativa dos 15 anos de seu outro personagem, O Homem Camaleão (que os seguidores deste blog conhecem tão bem) vai ser de arrasar. Não duvido, eu que já cansei de constatar o incrível talento desse jovem autor! E que manda avisar que seu fanzine poético Pô-Esia já está na segunda edição. Contatem o moço no email lynx_2811@hotmail.com e visitem o blog www.gruponovosistema.blosgspot.com (JS)