terça-feira, 28 de janeiro de 2014

CELTON E SUA EDIÇÃO DE INDIGNAÇÃO

Os fiéis seguidores deste blog sabem de minha admiração pela obra do mineiro Lacarmélio Alfêo de Araújo, também conhecido como Celton, nome de seu mais famoso personagem de História-em-Quadrinho. Quem digitar ‘Celton’ no campo de busca deste blog, vai se deparar com importantes postagens a respeito desse formidável escritor, desenhista e comerciante de Histórias-em-Quadrinhos, que ganhou notoriedade na capital mineira vendendo gibis nos engarrafamentos de Belo Horizonte, gibis produzidos integralmente por ele mesmo – e sua notoriedade expandiu-se muito mais depois de ter participado de alguns mui populares programas de televisão. Recebo os gibis do Celton sempre pelas mãos generosas de meu amigo Paulo Joubert Alves, morador da cidade de Santa Luzia na grande BH, que sempre me envia pelos correios os preciosos exemplares que só podem ser adquiridos diretamente com o autor.
                Além das aventuras do Celton, um mecânico boa praça dotado de superforça, Lacarmélio produziu revistas com temas históricos (sobre a Estrada Real, sobre a Inconfidência Mineira, sobre a História de Belo Horizonte), uma com temática religiosa (sobre o Natal e o nascimento de Jesus), uma fábula pregando a paz nos estádios de futebol (em cores!), uma revista dedicada ao mensalão (onde lamentavelmente livra a cara do chefe, o ex-presidente Lula, tratado como herói naquele gibi – bem, mas se o próprio Supremo Tribunal Federal livrou a cara do facínora...), além de outras peripécias. E agora, no trigésimo número de Celton (sempre o nome da revista, seja qual for o tema, nome pelo qual o próprio autor hoje é mais conhecido), Lacarmélio continua surpreendendo: nesta chamada Edição de Indignação, ele relata, sob narrativa textual ilustrada, um episódio constrangedor do qual foi vítima da neurose e arrogância de um policial despreparado que sem qualquer motivo o manteve sentado na traseira de um camburão, diante da via pública, sendo alvo de curiosidade geral de motoristas e transeuntes. Lacarmélio vendia seus gibis numa avenida engarrafada como faz diariamente há mais de 30 anos, quando um policial descontrolado ‘estressou’ com ele sem qualquer motivo, fazendo-o passar por vexame público. E o melhor de tudo é que o autor não se deixou levar pela mágoa pura e simples: durante todo o relato, procura deixar bem claro a importância da existência e da atuação da polícia, de sua História. Relembra aos leitores as dificuldades e os perigos sem tamanho por que passam os oficiais da lei, e faz questão de relatar outros episódios em que se deparou com policiais atenciosos e gente fina. Mas igualmente faz questão de ressaltar sua indignação e contrariedade diante do episódio do qual foi vítima, do comportamento absolutamente inadequado daquele policial que o constrangeu. E que lhe causou inclusive prejuízos financeiros, visto que a boataria que correu após o episódio chegou a convencer as pessoas de que ele era mesmo um assaltante de drogaria!, e com isso caíram as vendas dos gibis naquela avenida. Muito justamente Lacarmélio recorreu a Corregedoria de Polícia, órgão que mereceu dele as melhores considerações.
                Só num ponto discordo do bom Lacarmélio: no trecho em que ele fala a respeito da ‘ditadura militar’, considerada por ele como um momento de ‘horror’. Ele mesmo sugere que as pessoas mais jovens, que não conheceram aqueles anos, que pesquisem a respeito nos livros e no youtube. Bem, meu caro Celton, permita-me que eu também lhe sugira alguns livros, aos quais você certamente não leu, dado o lamentável conteúdo do parágrafo a que você se refere, do período: comece com o indispensável livro de Hélio Silva, ‘1964 – Golpe Ou Contragolpe?’, lá você vai constatar que o presidente legitimamente eleito João Goulart praticou e foi cúmplice de crimes muito pouco legítimos. O livro de memórias do General Olympio Mourão Filho (organizado por Hélio Silva), memórias escritas na virada das décadas de 60/70 do século passado, serve perfeitamente como apêndice daquele, e, pasme, até mesmo profetiza o governo do pt, do Lula, aquele que você defendeu no gibi sobre o mensalão. Confira as palavras do nobre general:

Em futuro, embora ainda distante, cessada a vigilância militar, o que é infalível acontecer, um cripto-comunista pior do que João Goulart, que não é comunista, subirá ao poder e, senhor quase absoluto do poder, levará a nação para os caminhos que desejar.

E tais caminhos, o General Mourão também os previu:

A continuar, um dia o gangsterismo e a máfia (...) virão massacrar as cidades brasileiras, tanto mais perigosas quanto maiores e mais populosas. Teremos então a violência e a corrupção articuladas contra um povo ignorante, manso e inerme. E o Brasil que tem uma vocação marcante para um verdadeiro paraíso continental, será transformado em um inferno de escravidão, medo e crimes. Políticos, gangsters e militares ambiciosos se darão as mãos, somarão forças a fim de partilharem a grande presa. E uma grande noite descerá sobre a nação por muitos anos (...)

                Também o jornalista David Nasser reuniu suas crônicas sobre o período pós e pré 1964 num livro chamado ‘A Revolução Que Se Perdeu A Si Mesma’, apontando diversos crimes do presidente legitimamente eleito, seus aliados e sua corriola (e também não deixa de mencionar as primeiras burradas do governo pós-revolucionário). Se você puder dar uma lida no livro do general Sylvio Frota, ex-ministro dos governos Médici e Geisel, chamado ‘Ideais Traídos’, vai ficar sabendo detalhadamente a respeito do armamento cedido pelo governo cubano de Fidel Castro aos grupelhos terroristas-marxistas no Brasil – arsenal capaz de explodir uma cidade do tamanho de São Paulo, o que teriam conseguido não fosse a atuação firme das forças legalistas de repressão!
                E que bom que você não exaltou o ex-guerrilheiro do Araguaia e atual presidiário José Genoíno naquele gibi sobre o mensalão, da mesma forma que exaltou o Lula - e veria que teria ainda menos razões para o exaltar se tivesse lido os dois livros do general Aluíso Madruga de Moura e Souza sobre os eventos no Araguaia na década de 70: ‘Desfazendo Mitos Da Luta Armada’ e ‘Guerrilha do Araguaia – Revanchismo’, livros que nos dão uma boa noção de onde vinha o verdadeiro horror!
                Um dos mais odiados e perseguidos agentes da repressão aos terroristas comunistas hoje em dia é o coronel reformado sr. Carlos Alberto Brilhante Ulstra. Acusado veementemente de torturador por essas comissões de inverdades, ele se defendeu lançando um livro chamado ‘A Verdade Sufocada – A História que a esquerda não quer que o Brasil conheça’. Livro lançado em 2002 e somente agora, mais de uma década depois, começa a ser vendido em algumas pouquíssimas livrarias, ao contrário da trilogia de Élio Gáspari, por exemplo, que pode ser encontrada facilmente em todo lugar. Durante dez anos, o sr. Ulstra e a esposa divulgaram e venderam o livro de forma independente, no melhor estilo dos fanzineiros! E, convocado por essa pestilenta comissão da verdade, o sr. Ulstra lá compareceu e encarou os detratores de peito aberto, saindo de lá maior do que era quando entrou! Nessa ocasião o sr. foi brilhante, sr. Ulstra! E para não me alongar muito nas indicações, meu caro Celton, termino com o recente lançamento do projeto ‘Orvil – Tentativas de Tomada de Poder’, do tenente coronel Lício Maciel e do tenente José Conegundes do Nascimento, 922 páginas detalhando pormenorizadamente todo o horror espalhado pelos grupelhos marxistas-terroristas no Brasil nos anos 60 e 70! Este está disponível na internet.
                Não basta haver eleições para presidente e governador para um país ser uma democracia, Lacarmélio! Está aí o livro do dr. Romeu Tuma Júnior, ‘Assassinato de Reputações’, o livro mais boicotado da História editorial do país, por revelar as entranhas do estado policial montado pelo pt e por Lula (aquele mesmo que você exaltou no gibi do mensalão), mostrando que a época atual faz os governos militares parecerem conto da carochinha! A propósito, se tiver a oportunidade de ler o livro a respeito do mensalão escrito pelo jornalista Ivo Patarra, chamado ‘O Chefe’ (disponível na internet), creio que você vai querer refazer aquele gibi sobre o mensalão exaltando o Lula!

                Me desculpem os leitores, me desculpe Lacarmélio (se é que vai chegar a ler isso aqui) se desviei do assunto, é que esse tema realmente me tira do sério. Eu falava do mais recente gibi do Celton, vindo de um autor que merece meu mais profundo respeito, ainda que desconheça a História dos governos militares. E essa ‘Edição de Indignação’ em que Celton relata o infeliz episódio que lhe sucedeu diante da arbitrariedade de um policial, possui tantos outros atrativos, pois no relato o autor se permite algumas preciosas divagações, relembrando suas relações familiares – as conversas com mãe nonagenária, a tristeza pela morte de um irmão mais velho, a dificuldade para se educar um filho – e ainda sobre sua carreira. A respeito desta, duas passagens especificamente me chamaram a atenção: quando Lacarmélio relembra que, em mais de 30 anos de estrada, nenhuma editora de grande porte se interessou por seu trabalho – e, lamento dizer, nem vai se interessar, nem pelo seu trabalho, nem pelo meu. A ‘elite’ dos Quadrinhos no Brasil só vive de bajular a Marvel/DC, Angeli e sua patotinha, o resto é mangá. E noutra passagem, ele fala das tremendas dificuldades de se produzir uma edição independente, e cita as críticas que recebe na internet de gente menosprezando a qualidade artística de seu traço. Bem, críticas semelhantes acontecem com o trabalho deste que vos escreve, gente que nunca editou um fanzine na vida e deita má falação nos gibis e nos autores da Júpiter II, falando mal inclusive de autores já falecidos. Pessoas que não têm a menor noção, nem a menor idéia de como se dá o processo de produção de edições independentes e posam cheio de pedantismo como críticos arrogantes e implacáveis! Você tem toda razão em não responder a essas pessoas, Celton, e venho agindo dessa mesma maneira. Nossa resposta a esses chatos é continuar lançando gibis. Cada gibi que lançamos é uma vitória contra eles, motivo de alegria para nós e recrudescimento de rancor e amargura para os nossos críticos. (JS)

SINAIS

    No Evangelho de Mateus, por duas vezes, os fariseus e escribas pedem a Jesus que lhes mostre algum sinal de que seja Ele o enviado de Deus. Jesus apenas diz que fazem parte de uma geração má e adúltera, e que não fará sinal nenhum, exceto aquele já feito pelo profeta Jonas (uma alusão aos três dias que separariam sua morte da ressurreição). O evangelista Lucas, ‘médico de homens e de almas’, também alude a essa passagem.
                Pois bem, na semana passada, dois episódios que vi pela tv me deram a firme impressão de que estava diante de sinais de Deus para nós. Encontrei-os também no youtube, permitam-me pois compartilhar essas fortes emoções com vocês fiéis leitores desse blog.
                O primeiro evento se deu no triste cenário da guerra civil na Síria. Uma criança de colo, soterrada por escombros, foi resgatada com vida. Confiram a dramática sequência no youtube:


                Reparem que o vídeo já começa mostrando aquelas pessoas procurando resgatar a criança, ou seja, já sabiam que havia uma criança soterrada lá. E, na filmagem, a cabeça da criança é descoberta por volta do segundo minuto do filme. Isso quer dizer que ela ficou muito mais tempo do que isso soterrada – tempo suficiente para sufocar não só uma criança, mas um adulto robusto. Não sei quanto a vocês, amigos e amigas, mas eu, mesmo um cara durão como eu, chorei compulsivamente vendo essas imagens. Fiquei pensando naquelas pessoas que, mesmo atabalhoadamente (e isso é perfeitamente compreensível, naquela situação desesperadora), salvando aquela criança. E tudo indica que aquelas pessoas não são do Exército do tirano Basser Al Assad, tampouco são os vagabundos sanguinários da Al Qaeda. Mas gente do povo, trabalhadores sírios que, assim como aqueles de qualquer parte do mundo, lutam dia-a-dia pela sobrevivência, luta evidentemente muito mais sofrida quando se vive num país assolado pela guerra civil. E a criança ressurgindo dos escombros, cheia de vida, provocando imensa alegria nas pessoas ao redor.
                O outro evento que me deixou bastante emocionado aconteceu aqui mesmo no Brasil, na cidade goiana de Anápolis. Um dramático atropelamento, avó e neto de quatro anos de idade sendo brutalmente atingidos por automóvel desgovernado, tudo flagrado por câmeras de segurança. Confiram as imagens chocantes:


                Reparem que o carro desgovernado passa por cima das pernas da avó mas principalmente pelo corpinho da criança – e por duas vezes, a segunda, em cima do pescoço! E vejam que o menino levanta-se imediatamente, como se nada tivesse acontecido! Não consta na imagem do youtube, mas vi num canal de televisão a avó e o netinho sendo entrevistados um dia após o acidente, o menino somente com alguns arranhões no rosto e nos braços! Nem uma única, mísera costela fraturada.

                Fico imaginando a dificuldade dos céticos e dos idólatras da ciência diante de imagens como esta. “Tiveram sorte”, talvez fosse tudo que pudessem dizer. Mas, para nós, cristãos de todos os matizes, as evidências parecem bem claras: trata-se, em ambos os casos, de proteção divina, da ação dos anjos de Deus! Uma criança que era para se tornar mais uma vítima da guerra fratricida, sufocada sobre toneladas de escombros, emerge cheia de vida; e um garotinho que deveria ter as costelas e o pescoço estraçalhados pelo peso de um automóvel, levanta-se ereto, quase entusiasmado. E o fato desses dois episódios terem sido filmados e assim mostrados para um imenso número de pessoas, parece a mim dois inequívocos sinais de Deus – e que sirva também para os ateus, para os céticos, para os idólatras: sinais de que, a despeito dos tiranos, dos senhores da guerra, dos motoristas irresponsáveis, é a vida que sempre triunfa! Quem tiver olhos de ver, que veja! (JS)